quarta-feira, 16 de julho de 2014

A mentira sob o ponto de vista das pessoas...

A mentira


Gente, realmente tem muito tempo que não escrevo mas nunca é tarde né rsrsrs.

Faz muito tempo que escrevi o texto abaixo, que retrata o que penso sobre a mentira. Vivi uma situação que me fez refletir e comecei a ler sobre o assunto.

Bom, espero que gostem e por favor, fiquem a vontade para manifestar a opinião de vocês!
Desde já, muito obrigada!

A mentira: 


Atire a primeira pedra aquele que nunca mentiu ou melhor, atire a primeira pedra aquele que nunca condenou alguém bruscamente por uma mentira! Grave ou não, essa situação já foi e será vivida por todos!

mentira é patológica e nos acompanha desde os nossos ancestrais lá na idade da pedra! Existem pesquisas que comprovam que cada ser humano, mente cerca de 200 vezes ao dia! (o que deve ser algum distúrbio porque 200x aí é complicado hahahahah)

Tem as mentiras que nós mesmo nos contamos, as por necessidade, por defesa ou proteção, as mentiras convenientes, aquelas que servem para alimentar o ego e aquelas que com certeza é muito ruim, que é aquela que envolve caráter e sempre vai fazer mal e prejudicar alguém e vai trazer um retorno péssimo para quem mentiu.

Desde crianças, somos induzidos a mentir na sociedade! Quem não viu uma cena onde o telefone toca por exemplo, e a mãe pede para a criança dizer que ela não está?!
Apontar uma determinada pessoa como mentirosa, te faz um pseudo-verdadeiro já que todos nós já fizemos e passamos por isso.

Em volta de tantos pseudos (pseudo-moralistas, pseudo-liberalistas, pseudo-fundamentalistas, pseudo-políticos, pseudo-religiosos, etc), tenho para mim que respeitar o espaço do próximo e tentar entender seus traumas é o mais ético de se fazer já que infelizmente (ou felizmente), ninguém é perfeito e muitas vezes, acusar ou tacar pedras, não vai te livrar dos erros que você cometeu mesmo que ninguém saiba nada sobre eles!

Que todos tenham uma linda semana!



terça-feira, 15 de abril de 2014

Paulo Leminski...

Um dos poetas que mais gosto! Mais completo, direto, indireto, moderno, barroco... Uma mistura de sensações em seus poemas que me faz viajar para outros mundos! 

Um trecho de sua obra Caprichos & Relaxos que eu adoro!


"Amei em cheio 

Meio amei-o 
Meio não amei-o 

Arte que te abriga arte que te habita 
Arte que te falta arte que te imita 
Arte que te modela arte que te medita 
Arte que te mora arte que te mura 
Arte que te todo arte que te parte 
Arte que te torto ARTE QUE TE TURA

A tese segunda 
Evapora em pergunta 
Que entrega é tão louca 
Que toda espera é pouca 
Qual dos cinco mil sentidos 
Está livre de mal-entendidos? 

Atrasos do acaso 
Cuidados 
Que não quero mais 
O que era para vir 
Veio tarde 
E essa tarde não sabe 
Do que o acaso é capaz … 

Hoje à noite 
Lua alta 
Faltei 
E ninguém sentiu 
A minha falta 
DATILOGRAFANDO ESTE TEXTO 
Ler se lê nos dedos 
Não nos olhos 
Que os olhos são mais dados 
A segredos 

O amor, esse sufoco, 
Agora há pouco era muito, 
Agora, apenas um sopro 
Ah, troço de louco, 
Corações trocando rosas, 
E socos. 

O mar o azul o sábado 
Liguei pro céu 
Mas dava sempre ocupado 

Sorte no jogo 
Azar no amor 
De que me serve 
Sorte no amor 
Se o amor é um jogo 
E o jogo não é o meu forte, 
meu amor? 

Tudo dito, 
Nada feito, 
Fito e deito 

Viver de noite me fez senhor do fogo. 
A vocês, eu deixo o sono. 
O sonho, não! 
Este eu mesmo carrego!

Meio-dia três cores 
Eu disse vento 
E caíram todas as flores 

Entre a dívida externa 
E a dúvida interna 
Meu coração comercial, alterna 

Moinho de versos 
Movido a vento 
Em noites de boemia 
Vai vir o dia 
Quando tudo que eu diga 
Seja poesia 

Noite sem sono 
O cachorro late 
Um sonho sem dono 

Furo a parede branca 
Para que a lua entre 
E confira com a que, 
Frouxa no meu sonho, 
É maior do que a noite 

Primeiro frio do ano 
Fui feliz 
Se não me engano 

Não fosse isso 
E era menos 
Não fosse tanto 
E era quase 

Entre os garotos de bicicleta 
O primeiro vaga-lume 
De mil novecentos e oitenta e sete 

A noite 
Me pinga uma estrela no olho 
E passa 

Na torre da igreja 
O passarinho pausa 
Pousa assim feito pousasse 
O efeito na causa 

Um pouco de mão 
Em todo poema que ensina 
Quanto menor 
Mais do tamanho da china 

Entre a água e o chá 
Desaba rocha o maracujá 

Duas folhas na sandália 
O outono 
Também quer andar 

Alvorada 
Alvoroço 
Troco minha alma 
Por um almoço 

Relógio parado 
O ouvido ouve 
O tic tac passado 

Cortinas de seda 
O vento entra 
Sem pedir licença 

A estrela cadente 
Me caiu ainda quente 
Na palma da mão 

Lua à vista 
Brilhavas assim 
Sobre auschwitz? 

Lua de outono por ti 
Quantos sem sono 

Hoje à noite 
lua alta 
faltei 
e ninguém sentiu 
minha falta 

Milagre de inverno 
Agora é ouro 
A água das laranjas 

Coisas do vento 

                                                                      A rede balança 

Sem ninguém dentro 

Tarde de vento 
Até as árvores 
Querem vir para dentro 

Morreu o periquito 
A gaiola vazia 
Esconde um grito 

Tudo claro 
Ainda não era o dia 
Era apenas o raio 

Lua crescente 
o escuro cresce 
a estrela sente..."

Paulo Leminski

Foto: Dama en Eden Concert - Período Azul - Pablo Picasso